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Livro O moço Loiro

Livro O moço Loiro

O Moço Loiro de Joaquim Manuel de Macedo foi lançado em 1845, ano em que aceitaria o cargo de professor no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde passaria a ter contato direto com poetas como Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães, os quais o aproximariam de questões sociais que o fariam ingressar, posteriormente, na vida política.

O livro O Moço Loiro de Joaquim Manuel de Macedo, é um sensível retrato da sociedade burguesa da antiga capital federal, no século XIX, criticada discretamente pelo autor, que faz do romance um discurso sobre o amor idealizado e, portanto, livre do contato com a realidade, representado nas figuras de Honorina e do herói que dá nome ao livro.

Daí segue toda a trama, que, mesmo sendo um retrato social, não se aprofunda em questões políticas ou psicológicas.

Apesar dos conflitos existenciais, seus personagens são superficiais, pouco complexos, restringindo-se a pequenos dilemas éticos, com exceção talvez da viúva Lucrécia, metáfora da hipocrisia social de seu tempo.
As reflexões encontradas na narrativa de O Moço Loiro de Joaquim Manuel de Macedo são ingênuas, expostas em linguagem simples e, por vezes, demasiadamente explicativas.

A sentimentalidade, típica dos escritores românticos de sua época, é bastante exacerbada, passando a ser força motora sobre a razão, fazendo com que os personagens se mostrem propensos a viver fora do tempo, sempre fugindo do real em devaneios intermináveis.

Assim, a intriga se desenrola em tom de encantamento, numa tênue linha entre realidade e puro delírio.

Sua leitura se faz valiosa até hoje, tanto por seu tema atemporal – o amor adolescente, as dúvidas e os conflitos interiores que simbolizam tanto esta fase da vida, o sonho do primeiro e verdadeiro amor – quanto pela revelação de alguns aspectos de um Rio antigo, com saraus, pequenas embarcações de transporte com remadores e mansões localizadas no bairro da Glória, frente ao mar.

Uma cruz de ouro, relíquia de família desde o século XIII, é roubada aos Mendonças, recaindo a culpa sobre um deles, o jovem Lauro, que abandona os seus e desaparece, amaldiçoado pela avó.

Sua prima Honorina, anos depois, é cortejada misteriosamente, através de bilhetes, por um desconhecido – que assume os mais estranhos disfarces, intervém, nos mais vários acontecimentos, está em toda parte, sabe tudo, como convém aos heróis folhetinescos.

Ele é o Moço Loiro, que acaba por salvar o pai da moça da ruína (a que o ia levando o empregado infiel , o verdadeiro ladrão da joia) , além de punir os maus, amparar os bons, etc.

No final, o óbvio fica evidente: ele é Lauro e casa com a priminha, deixando em conformada melancolia a maior amiga desta, Raquel, que, para variar, também o amava em segredo.

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                                                                                             03/10/17  16:01