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IRENE – Do que ouvi a um insulto é pequena a distância... BRAZ – Está confessando que não houve insulto...
VIOLANTE – Casimiro é tão capaz de todas as asneiras, como incapaz de uma ofensa. IRENE – Ainda assim... devo, quero retirar-me.
BRAZ – Que teimosa! escute; a senhora não pode deixar-nos; a madrinha e eu formamos aqui uma espécie de maçonaria, em que ninguém mais devia entrar; a menina porém acaba de iniciar-se à força pela dignidade com que se houve repelindo Casimiro, e agora é fato consumado, está maçônica... eis o toque... (Beija-lhe a mão)
VIOLANTE – Entendo, Braz... ela há de ficar...
IRENE – É impossível... perdão, minha senhora... eu desprezo o dono desta casa.
BRAZ – Dª. Irene, o irmão da dona desta casa tem um filho...
IRENE – Sobrinho de uma senhora riquíssima, de quem será um dos herdeiros: eu o sei.
BRAZ – Meio ou muito estouvado; mas bom e elegante rapaz, a quem uma bela e ajuizada noiva pode bem fazer assentar a cabeça.
IRENE – Sim... confesso... eu o amava... amo-o talvez ainda; mas hei de vencer este amor: o pai de Mário abriu-me os olhos.
BRAZ – Já não é pequeno favor: e agora, com os olhos abertos, que vê?
IRENE – Vejo o meu horizonte, e não quero sair dele; há certas flores que se amesquinham, e, em vez de vicejar, desabrocham como que em constrangimento, quando a riqueza e o luxo as cultivam por meios artificiais fora dos seus climas; as moças pobres devem ser assim. Cada qual no seu horizonte; casamentos desiguais são erros perigosos; procurarei um marido entre os artistas ou os operários laboriosos.
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14/10/17 15:23